GASTRONOMIA E  SEGURANÇA ALIMENTAR 
             FAVORECE O TURISMO SUSTENTÁVEL


A gastronomia é um dos maiores atrativos turísticos, apesar do aparente pouco incentivo e divulgação em relação à culinária regional e de fatores que podem debilitar a segurança alimentar.
A precariedade da segurança alimentar e a dificuldade de acesso à culinária regional são alguns dos problemas que comprometem o turismo sustentável, idéia apoiada em três bases – os aspectos econômico,  social e ambiental. O turismo sustentável deve atender às necessidades do turista atual sem comprometer as do turista do futuro; assim, a sustentabilidade do desenvolvimento turístico é assegurada. Normalmente, as pessoas tendem a associar o turismo sustentável a ambientes em que a natureza interaja diretamente com a atividade turística. Mas não devemos nos limitar a estes espaços, também a cultura deve ser vivenciada em um destino turístico sustentável e é aí que entra a culinária.
O fator segurança alimentar também é abordado e revela que a maior parte dos turistas não se preocupa em realizar o check-list da saúde indicado antes da viagem, abrindo portas assim para que fiquem susceptíveis a indisposições durante o tempo que estão fora de suas casas.
Algumas irregularidades que podem comprometer o alimento seguro, como a presença de pessoal sem uniforme adequado, alimentos mal armazenados e má conservação dos utensílios e do ambiente.
A segurança alimentar é um aspecto pouco observado em muitas viagens turísticas. Além dos casos fatais, que são mais raros, o consumo de alimentos condimentados, muito gordurosos ou contaminados com bactérias costuma estragar muitas temporadas de lazer. Além de problemas no sistema digestivo, a má alimentação pode provocar doenças graves.
Para corrigir essa situação, é preciso desenvolver um sério trabalho de criação de normas de segurança, de sistemas de certificação, de treinamento gerencial e de formação profissional, a fim de estimular e apoiar as empresas a adotarem métodos gerenciais capazes de analisar os perigos existentes nas atividades turísticas, estabelecer procedimentos de prevenção de riscos e, conseqüentemente, oferecer serviços mais seguros.
Para reverter esse quadro, será fundamental a colaboração de todos que trabalham com turismo, de modo a destacar a segurança como fator central de suas estratégias e operações. Isso vai requerer uma mudança comportamental para que, ao menos, as normas sejam respeitadas e os procedimentos de segurança, rigorosamente seguidos.


O turismo sustentável se mostra comprometido, pela dificuldade de acesso à aspectos da cultura local, e aspectos higiênico-sanitários dos alimentos, mas o grande potencial turístico da região persiste, podendo ser impulsionado por algumas medidas. Maiores investimentos em divulgação da culinária regional, planejamento do sistema de gestão da cadeia produtiva, implementação de cursos e palestras sobre qualidade nos serviços e divulgação de programas como o “Saúde do Viajante”, promovido pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Temos muito potencial. A nossa gastronomia é um dos atrativos turísticos mais procurados e o que traz satisfação é perceber que os turistas são muito curiosos em relação a nossa culinária. Este é um fator em potencial para os comerciantes e para aqueles que planejam uma atividade turística.

Um dos pratos típicos da culinária cabocla da região de Guararema, trata-se do afogado, herdado dos costumes dos escravos, preparado em uma só panela, feito com carne de segunda, batata, verduras e legumes.

Prato único, ideal para ser servido para muitas pessoas, sem desigualdades, especialmente em dias frios.

É da tradição que o afogado seja preparado por homens, não se permitindo a entrada de mulheres na cozinha. No máximo, as mulheres podem ajudar descascando as batatas!!!

Conta-se, que quando Guararema era uma vila, no século XVIII, o pessoal vinha da roça para participar das festas. Era costume do dono da festa dar alimento aos visitantes. Como vinha muita gente, fazia um cozido de carne com batata, verduras e legumes. Acabou virando tradição.

As carnes, verduras e legumes ficavam boiando na água... pareciam estar se "afogando". Daí, o nome do prato.

O tradicional afogado era preparado em panelões, e demorava cerca de 6 a 7 horas para ficar pronto.

Hoje o afogado é preparado na tradicional Festa do Divino, e nas principais festas da cidade.

Não temos a receita original, eis que com o tempo ela foi se modificando e ganhando outros ingredientes. Mas, a que mais se aproxima daquela dos tempos dos escravos é a seguinte:


AFOGADO 

 Ingredientes
- 20 kg de carne- 5 kg de tomate- 8 kg de batata- 300 g de jiló- Tempero (3 kg de cebola, alho, pimenta-do-reino, manjericão, louro, 3 pés de salsão, 6 pimentões, tomate)
Modo de preparo
Refogue 20 kg de carne com alho e cebola por 1 h.
Depois, coloque 5 kg de tomate picado, 3 kg de cebola, meia dúzia de pimentões picados, 3 pés de salsão picado, dois maços de cheiro-verde, 300 g de jiló, pimenta-do-reino a gosto, louro e manjericão. Deixa mais tempo refogando até virar um caldo. Após 1h30min, complete a panela com água quente.
Deixe ferver por mais 01h30min. Quando a carne estiver mole, coloque 8 kg de batata. Depois, é só retirar o excesso de gordura, temperar com sal e servir.